quarta-feira, 19 de julho de 2017

Amenidades, afinidades e afins

A cada dia se alinha mais esta possível história.
A fina corda se afina em tons de meias, ou quase, notas.
A rima arruma triste uma escrita um tanto robótica.

Corre por mim em sonho distinto que sinto, não mais, vazio
instinto afim tal qual aflito, repercute, ao marcar seu ritmo.
Desavanço pois desavença há de vir, não sei se assim,
o quanto cresço ao ser intenso na calma para o seu ouvir.

Leio serenamente descrente retratos portados de imaginário.
Inventário inventado por vento e desenhos trocados.
Sobressalto de assalto que chega a querer fazer o que fiz
enquanto o que faria, indubitavelmente, tem a dúvida como uma atriz.

Refaço a cada sutil estilhaço o caco do meu habitual papel.
Garranchos e borrões em linhas confusas de almaço
incidem a cada novo traço de si uma luz em mim
como coisa velha ou nova de sentir logo no fim que, digo, não sigo.
Ou como seria consigo a novidade fosse, o verso, assim?


Por Carlos Fernando Rodrigues

Um comentário:

  1. Que doido o jogo sonoro! Me lembrou tom zé e Itamar Assumpção com suas maluquices sóbrias. ��

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