Infância que me passou como um raio
esteve tão longe quanto forte em mim.
Sendo assim, um corpo adulto, puto,
crendo ser essa persistência um insulto.
A volta do mar só tem sentido para casa.
Voar sem ter asas, caminhar ao acaso.
Querer estar completo, descarregado.
Simplesmente querer estar abraçado.
Há contudo um porem a se perguntar:
Se não há os braços que quero estar,
meu lugar, disfarço: está onde estou?
Vejo que em tudo, apenas sou. Bicho.
Não vou, nem fico. Aflito, afoito. Louco.
Por pouco, vejo a verdade cínica quando solto.
Volto pra casa, ideia vã pra me alegrar.
Te apertar, te amassar, te beijar, abraçar.
Volto domingo, pela manhã para te ver, te ter. Ser eu e você.
Por Carlos Fernando Rodrigues S.S.D.