terça-feira, 10 de setembro de 2013

Domingo, pela manhã. (duas semanas)

Infância que me passou como um raio
esteve tão longe quanto forte em mim.
Sendo assim, um corpo adulto, puto,
crendo ser essa persistência um insulto.

A volta do mar só tem sentido para casa.
Voar sem ter asas, caminhar ao acaso.
Querer estar completo, descarregado.
Simplesmente querer estar abraçado.

Há contudo um porem a se perguntar:
Se não há os braços que quero estar,
meu lugar, disfarço: está onde estou?
Vejo que em tudo, apenas sou. Bicho.

Não vou, nem fico. Aflito, afoito. Louco.
Por pouco, vejo a verdade cínica quando solto.
Volto pra casa, ideia vã pra me alegrar.
Te apertar, te amassar, te beijar, abraçar.

Volto domingo, pela manhã para te ver, te ter. Ser eu e você.

Por Carlos Fernando Rodrigues  S.S.D.