A vida nada mais é do que uma sequencia de imagens inéditas
e sem repetição que por fim sempre gerarão o mesmo sentimento. Diferentemente, a arte é a quantidade e a variação de
sentimentos que podem ser gerados através de uma mesma imagem. Ambas são temporais, mais ou menos que a outra.
Tempo. Seria o sentimento em si ou sua possibilidade de
variação? O que na vida aspira à evolução e por fim é monótono, na arte aspira
a eternidade e é fugaz e passageiro. Talvez seja ele o principal inimigo do artista, que transita
na caótica fronteira onde há vida, fundamental para a arte, e há arte,
indispensável para si. Tudo o que dele frutifica, portanto é o limiar do real,
o máximo de verdades que conseguiremos do mundo, beiradas do infinito.
Ainda assim estamos condicionados ao real. A vida e a arte
não se imitam. Elas se evitam. Cabe a nós conciliar o impossível, pois menos
que isso, é placebo pra se induzir.
Por Carlos Fernando Rodrigues
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA arte, no caso, está diretamente relacionada ao conceito de humanidade, pois ela é própria da razão, embora não necessariamente racional seja. Afinal, não somente somos o único animal que pensa como também o único que tem e expressa sentimentos. E para atribuir valor à arte temos que conhece-la antes, mas só quem já se colocou entre ela e a vida (tomo como vida o cotidiano da maioria das pessoas em contextos atuais) pode transmitir o que de fato é essa essência, ou somente estaremos falando sobre o que desconhecemos.
ExcluirFiquei pensando se a arte é arte pra alguém ou ela simplismente é arte? Se uma obra causa alguma coisa em algum animal, aquilo é arte pra ele?(não. Ele não tem consciência, mas e se tivesse ele entenderia como arte?) E se eles veem como arte tudo que os fazem sentir algo, pode ser que tudo que eles vêem é arte. Agora, se nós é que atribuímos valor à arte, sem nós ela simplismente é uma coisa acontecendo nesse caos e o tempo não passa pra ela. Existe enquanto há depois nada.
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