quarta-feira, 28 de maio de 2014

Invencível

       A noite gélida caía debaixo do cobertor cálido. Era como se seu calor agora exalasse frio. Ao lado, o celular que vibrava, mas já não o importava toda aquela contrariedade que o expunha, como se estivesse, ali mesmo, pronto a ser abatido. Poderia ser um homem de gelo, pois transformara todo aquele calor reconfortante em neblina. Porém se tornara tão hábil em lidar com o calor do momento que muitos poderiam pensar ser uma tocha acesa de fogo contido, mas pronto para explodir uma coisa qualquer.
   Ele pensava: "Como toda aquela energia de destruição poderia poderia ser revertida em construção?"Antes era necessário parar todo o caos instaurado, arrancar forças daquela ira que o dominava naquele instante e usar aquele escudo intransponível que somente ele poderia tecer como redes, de onde ele poderia enxergar todos, sem os ver ou ser percebido. Em dado momento poderia ser tomado pelo medo, e quando este viesse, se esconderia… dentro de sua armadura predileta, o cérebro, que poderia derrotar qualquer força hostil que se aproximasse o suficiente para sentir as lâminas frias que partiam do seu olhar e cortava as más intenções que o cercavam.
       Dessa forma, parecia ter visão em raio-x ou uma velocidade sobre-humana que permitisse prever cada movimentação dos sentimentos que a todo o tempo se deixava atingir. Mas eles não poderiam ser evitados, ainda que fosse de aço ou ferro, mas era simplesmente do mais puro coração. Nem sua imaginação espetacularmente criativa poderia lhe dar fator algum de regeneração, porém, o que ele tinha era uma certeza que de tanto o ter, morreu sem saber.

Por Carlos Fernando Rodrigues  S.S.D.