sábado, 29 de junho de 2013

Diagnóstico

Mudança constante,
pelo amor ou pela dor.
Que amor é esse que causa dor?
Ou seria dor que se chama amor?
A dor gera loucura.
E a loucura já é
desesperadamente amor,
que assustadoramente é dor.
Cegueira e surdez são sintomas,
porém, voz e tato são somas.
Desesperadamente amor.
Ser humano discretamente.
Pele na pele que o repele,
o instiga o instinto, sem briga.
Discretamente amor.
Verso de prosa em branco, sem cor
Sem sentido, despido,
descabido, antigo,
doído, sofrido.
Descaradamente amor.
Na mentira humana
da existência da mente.


Por Carlos Fernando Rodrigues

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Ordem (Partes 1 e 2)

 Breve Ordenamento Geral

           De uma flor arrancada à um papel no chão ou um ser qualquer na escuridão. Subversões da Ordem natural das coisas e do mundo. Ao menos que tudo fosse natural, ou nada. Como podemos conceber uma ordem dentro de uma própria ordem se nossa imaginação é mera abstração? Senão seria a abstração apenas uma regra dessa ordenação. Fato é que a vida obedece e desobedece essa ordem natural, mesmo com toda a sua indignação.
            Imaginemos o que chamamos por natureza e que, geralmente, pontuamos como algo alheio a espécie humana. Plantas, animais, substâncias,vida. Todos coexistem em uma ordem de dependência e equilíbrio extremamente delicado, porém para eles, intransponível. É como se tudo se criasse em absoluta perfeição e comunhão. Como se o que lhes é nato fosse ausente de deficiência, e se ela existir, é automaticamente suprida. Chega a ser incompreensível em dados momentos. Mas seria isto compreensível aos olhos da razão humana? Ou seria a razão humana uma subversão da Ordem?
              Insistente e teimoso em sua capacidade cognitiva, o ser humano busca desde seu florescimento racional algumas respostas acerca deste assunto. São tão variadas as teorias e estudos, que muitos chegam a realmente acreditar nessas baboseiras desmesuradas. Porém não cabe a mim julgar em que o resto majoritário da humanidade crê ou deixa de crer, pensa ou deixa de pensar. Simplesmente dissertarei sobre alguns pontos que penso serem singelamente discutíveis e que, obviamente, também sejam interessantes. Portanto, se você não gosta, não quer, não se sente a vontade para ler questões e ladainhas prolixas de um ser descaradamente preguiçoso, pedante e, mesmo dessa forma, maravilhado com o mundo, o céu e o cérebro que possui, sugiro que pare sua inútil leitura por aqui, na parte 1. Ou seja, não siga a ordem… ou siga, se a ordem for a curiosidade, mas não me culpe pelo que vai ler…

Sobre a Ordem humana

            Que diriam os idealizadores, pensadores, professores e demais "dores"que deram suas brilhantes contribuições à nossa maravilhosa concepção de ordem social se vissem em que fomos capazes de as transformar? A verdade é que não diriam nada, pois já não são capazes disso e infelizmente seus pensamentos e abstrações podem estar servindo de desculpa para um intelectualzinho qualquer pautar as asneiras que diz no facebook ou em um bloguezinho qualquer (vide sobreedades.blogspot.com). A todo o tempo pensamos ser a mais absoluta representação destes ideais preponderantes, voluntariamente ou não.
            Assim acreditamos fundamentalmente que o ser humano foi e é capaz, durante toda sua história, de estabelecer a Ordem para todas as coisas, e através disso conseguimos estabelecer um padrão para essa totalidade. Seria dessa forma, o ser humano independente de natureza, divindade ou qualquer desígnio superior, pois seria o próprio capaz de criar, planejar, fundamentar e produzir por si só. 
            Há, contudo, o porém de que o ser humano não se criou, não se planejou, não se fundamentou e nem se produziu. Ele descende de uma variedade improvável de credos, estudos, ideias e matérias. É, portanto, irrelevante o que se produz entre os seres humanos para o Ordenamento Maior, uma vez que este é superior, porém, reciprocamente inexpressivo.

Por Carlos Fernando Rodrigues