"Venho por meio desta"ou um termo de rendição propriamente dito soaria uma formalidade inexistente na rendição de um filho inglório de um sistema falho. Portanto direi apenas o que minha necessidades e anseios permitem, pois minha autocensura é mais prudente do que a brincadeira com o coração do leitor, alheio à minha vontade. Podes gostar, discordar, criticar, se coçar ou por melhor, pensar. A verdade aqui dita se estende ao coletivo.
Não precisamos de um carro importado da Conchinchina para irmos onde queremos. Basta estarmos em paz e juntos que a vida nos traz as mais belas paisagens que nos tem reservado. Não é preciso mentir ilusões capitais para que voce perceba quem de verdade por você, ama. Não é necessário um celular de última geração para dizer o que me bastam papel e caneta, e no caso, dizer que "te amo". Entre riscos, rabiscos, floreios e garranchos se codifica a mais complexa mensagem que tenho a lhe mandar, cinco letras esquematizadas para fazer qualquer idiota apaixonado ter um caminho para se declarar e qualquer pessoa sã uma desculpa para se afastar. Cá estou eu, sem ação plausível, apenas com papel e caneta, procurando onde encontrar um meio de te levar para além da superficialidade do mundo, buscando a vida por trás da selva escura em que se encontram os homens, agonizando em escritórios e se matando por dinheiro, sendo carrascos de si mesmos, indulgentes a mentira alheia, mostram cada vez menos que são humanos, e lentamente se tornam maquinas em meio a selva, sem sentimento, sem emoção, sem corpo, mas equipados e capitalizados para a ilusão, como um mambembe ilusionista sem graça e de entrada antecipada para portas hermeticamente fechadas.
A humanidade reflete nas mais variadas vertentes, o show de horrores que esses filhos plenos do sistema nos proporcionam. Deixo meus parabéns ao capital, seus manípulos estão eficientes como nunca. Veja que até mesmo o famigerado amor compraram com suas mortes enlatadas em rótulos de felicidade. A hipocrisia, a falsidade e a mentira são hoje para os homens a adrenalina que antes se via em historias de amor, mas a perversidade hoje substitui o que para muitos era o inalcançável e que eu ainda repito que é o que eu quero que a vida me proporcione em doses de sonho e imaginação, quero doses inesgotáveis de felicidade.
Por Carlos Fernando Rodrigues.