quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Caoticismo

           A vida nada mais é do que uma sequencia de imagens inéditas e sem repetição que por fim sempre gerarão o mesmo sentimento. Diferentemente, a arte é a quantidade e a variação de sentimentos que podem ser gerados através de uma mesma imagem. Ambas são temporais, mais ou menos que a outra.
          Tempo. Seria o sentimento em si ou sua possibilidade de variação? O que na vida aspira à evolução e por fim é monótono, na arte aspira a eternidade e é fugaz e passageiro. Talvez seja ele o principal inimigo do artista, que transita na caótica fronteira onde há vida, fundamental para a arte, e há arte, indispensável para si. Tudo o que dele frutifica, portanto é o limiar do real, o máximo de verdades que conseguiremos do mundo, beiradas do infinito.

           Ainda assim estamos condicionados ao real. A vida e a arte não se imitam. Elas se evitam. Cabe a nós conciliar o impossível, pois menos que isso, é placebo pra se induzir.



Por Carlos Fernando Rodrigues