Pois quem diria que como nuvens, seria o amor?
Beleza instantânea no frio firmamento,
quebra-cabeças nascidos do mais quente vapor.
Inalcançável à primeira vista,
imaginário estranhamente palpável.
Teima em no céu estar,
faz nós, bobos homens, na imaginação flutuar.
Inevitável comparação de um ponto visto em dois.
Vive-se o momento fugaz do amar,
sente-se aquilo que o faz levitar.
Inunda com sua esperança deseperada.
Penetra cada ser com sua antiga magia.
Transforma o mais velho homem novamente em criança.
Pontual lilás crepuscular agracia a Terra com o céu noturno.
Exausto calor diurno escorre seu suor.
Tinge o velho horizonte, outrora chamado belo.
Desperta-se com a escuridão,
gela a alma em desesperada calma.
À luz do luar, vive-se a solidão.
Trancafiados em caixotes de vida,
segue o homem de coração só.
Máquina mortífera em uma fera mordida.
Empilham-se lares, em concretos mares.
Esfriam-se emoções, em apressada ações.
Vive-se capital, a morte carnal.
Belo o negro pranto, racional,
afina a voz e na garganta da nó.
Resquício de humanidade no ar.
Local onde a alma vem ressucitar.
Agora o céu é negro.
Não se vê mais sol.
O som é silêncio de medo.
É noite. Fria, escura e linda.
Atraente para sua perdida sorte,
é cautelosa em seus recortes.
Noite de sonhos de verão,
sonho vivo em contra-mão.
Porque dormiste agora, em seu apogeu?
Ao menos viste o dia nascer uma vez?
Com ele vem a esperança do dia ver,
e finalmente humanos podermos ser.
Por Carlos Fernando Rodrigues S.S.D.
Cada dia que passa você ta ficando melhor hein! Parabéns!!
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