quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Rendição (Carta não enviada)

"Venho por meio desta"ou um termo de rendição propriamente dito soaria uma formalidade inexistente na rendição de um filho inglório de um sistema falho. Portanto direi apenas o que minha necessidades e anseios permitem, pois minha autocensura é mais prudente do que a brincadeira com o coração do leitor, alheio à minha vontade. Podes gostar, discordar, criticar, se coçar ou por melhor, pensar. A verdade aqui dita se estende ao coletivo.
Não precisamos de um carro importado da Conchinchina para irmos onde queremos. Basta estarmos em paz e juntos que a vida nos traz as mais belas paisagens que nos tem reservado. Não é preciso mentir ilusões capitais para que voce perceba quem de verdade por você, ama. Não é necessário um celular de última geração para dizer o que me bastam papel e caneta, e no caso, dizer que "te amo". Entre riscos, rabiscos, floreios e garranchos se codifica a mais complexa mensagem que tenho a lhe mandar, cinco letras esquematizadas para fazer qualquer idiota apaixonado ter um caminho para se declarar e qualquer pessoa sã uma desculpa para se afastar. Cá estou eu, sem ação plausível, apenas com papel e caneta, procurando onde encontrar um meio de te levar para além da superficialidade do mundo, buscando a vida por trás da selva escura em que se encontram os homens, agonizando em escritórios e se matando por dinheiro, sendo carrascos de si mesmos, indulgentes a mentira alheia, mostram cada vez menos que são humanos, e lentamente se tornam maquinas em meio a selva, sem sentimento, sem emoção, sem corpo, mas equipados e capitalizados para a ilusão, como um mambembe ilusionista sem graça e de entrada antecipada para portas hermeticamente fechadas. 
A humanidade reflete nas mais variadas vertentes, o show de horrores que esses filhos plenos do sistema nos proporcionam. Deixo meus parabéns ao capital, seus manípulos estão eficientes como nunca. Veja que até mesmo o famigerado amor compraram com suas mortes enlatadas em rótulos de felicidade. A hipocrisia, a falsidade e a mentira são hoje para os homens a adrenalina que antes se via em historias de amor, mas a perversidade hoje substitui o que para muitos era o inalcançável e que eu ainda repito que é o que eu quero que a vida me proporcione em doses de sonho e imaginação, quero doses inesgotáveis de felicidade.

Por Carlos Fernando Rodrigues.

2 comentários:

  1. Nem sei o que dizer! Seus textos sao pura exposicao do ser, talves nao um ser real, uma imaginacao do que se pode ser, mas de uma simples complexibilidade, que as vezes me assombra. Tem vezes que nem sei se compreendo!
    Meus parabens, quem sabe nao e hora de expor para o mundo, de uma forma mais acessivel ( um livro ), um pouco do que habita dentro do seu ser?
    forte abraco.

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