segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O poeta que não sabia amar

Ele era menino, menino discreto.
Pequeno o pequenino, de olhar quieto,
mente infante e peito arfante.
Inconstante preguiça ao seu alcance.

Já grande, não de mente, desmente,
não demente, o seu corpo quente.
Um grande senhor encontrou,
em uma esquina, de frente, encarou.

Esbarrou no amor, e nele caiu, e por ele.
Do amor brotaram amoras, mas não do pé,
não para apanhar, mas amoras para amar.

Tentativas frustradas em meio aquela frutada.
Uma mais longa, mas por ele refutada.
Quis morder, quis amar,
mas sua amora acabou sendo roubada.

O tal menino virou poeta,
poeta por não saber amar,
mas se soubesse o que era amar,
esse menino jamais seria poeta.

Por Carlos Fernando Rodrigues.

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