segunda-feira, 28 de março de 2011

18 anos

    Os meus olhos ainda estavam pesados de sono, mas já conseguia enxergar os raios tímidos do sol que entravam pela janela. O frio não incomodava, pelo contrário, deixava a cama cada vez mais aconchegante. O despertador tocou. Levantei e não quis tomar café, a ligação às 02:46 da manhã me deixou pensativo o resto do   dia. Era a Jéssica, que apesar de não termos conseguido conversar, foi a primeira pessoa que me desejou os parabéns, e não disse nada.
      Durante algumas boas três horas, fiquei pensando em que seria minha vida agora, diante de todas aquelas duvidas que afligem todo adolescente prestes a se tornar um adulto. Resolvi não pensar. Pensar pesava mais do que deixar o peso do corpo tomar conta da minha atenção. As dúvidas ainda persistiam na memória, mas já não eram minha preocupação.
     Quis parar tudo. Percebi que mesmo parando, não tinha mais nada além daquilo que eu podia ver. O mundo estava ficando menor diante da minha visão. Percebi que não queria só o mundo, queria tudo, mas todo mundo também quer tudo. Já não estava dentro de minha própria cabeça, onde as dúvidas "faziam a festa". 
       O dia estava claro e quente agora, o Sol finalmente viera me dar os "Parabéns" enquanto as nuvens apenas compunham um cenário tão agradável aos olhos que era de apaixonar até mesmo os menos apaixonados. Era triste, saber que toda aquela loucura tão agradável tem que ser limitada, afinal, somos homens, seres sociais por excelência, moramos em um planeta, junto de cerca de 6 bilhões de pessoas iguais a nós, por mais diferentes que sejam. Isso tudo nos limita, e a dúvida que planejamos durante toda uma adolescência se responde: Só queremos a doce insanidade da infância, louca, para ser livre.

Por Carlos Fernando Rodrigues

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