segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Cangaceiro e o Coronel - Parte 1 "O Feudo"

       Moro em uma cidade pequena, que apesar de bem próxima da capital, se orgulha de manter sua vidinha pacata, tipicamente interiorana. É bem legal pensar que essa cidadezinha tem um riquíssimo folclore, que é passado de geração para geração.
       Apesar das histórias mais tradicionais não serem exatamente o que podemos chamar de recentes, a mais intrigante delas perdura feroz e voraz até os dias de hoje, e sabe-se lá quando vai terminar.
       Em meados da década de 1970, em pleno Regime Militar, a cidade assistia a ascensão de um Coronel. Mas não era um desses Coronéis que usam farda e são subordinados à um General. Esse "Coronel" parecia um pouco mais com aqueles mais antigos, era algo como uma fusão de "Sinhô" e burguês. Era, e continua sendo uma questão bem complexa na simples sociedade do pequeno município.
       O domínio político do "Coronel" nessas terras de ouro não evitou o monopólio quase que de regime escravista da mineração sobre os humildes e ingênuos trabalhadores do local. Quase como uma incógnita, não fosse pelos sabidos interesses em jogo, o governo figurava aliado da atividade, onde começou a cavar sua própria ruína.
       A expansão e aprofundamento da atividade mineradora na Mina Grande chamou a atenção de trabalhadores da área em todo o país, e do distante bairro de Neópolis, lá de Natal, a magra figura de um jovem técnico em mineração surge nos documentos de contratos da mineradora. Enquanto isso ele contempla o seu futuro no "sul", esperando a oportunidade de vencer na vida.
Continua.
Por Carlos Fernando Rodrigues


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