sábado, 16 de abril de 2011

O Cangaceiro e o Coronel - Parte 2 "A Mina"

       O garoto simples, de origem humilde que cresceu junto dos dois irmãos, sem os pais, não fazia ideia do fantástico futuro que o aguardava. Enquanto seu sonho seu sonho de trabalho se aprofundava nas minas, a política era arruinada em todo o país.
       Não foi fácil deixar a família para trás, afinal ele nunca vivera sem a atenção da irmã e a rebeldia da infância de João. Mas ele não tinha medo do trabalho, e talvez pelo senso de divisão e coletividade desenvolvido na sua vida humilde dentro de casa, sabia da importância da ética no convívio social.
       A cidade era simples, e como muitas outras do interior, tinha uma rua e uma praça onde pulsavam a vida social do município. De determinado ponto da rua principal, era possível ver a cidade afundar  na "boca" da mina para o seu coração econômico, de onde exauriam toda uma riqueza dourada, encharcada pelo suor dos trabalhadores que só podiam sair com tal metal dentro do peito, mas não por orgulho. Era um mundo a parte.
       Toda essa luta diária dos mineiros abriu espaço para uma corrente que ia na contramão da política não só da cidade, mas do país. Formava-se ali, no coração da cidade, o mais completo político de sua história. Um "Lampião" que não viera saquear dos inocentes, e sim matar antigas práticas que faziam com que a cidade permanecesse num estágio de espaço-tempo diferente do qual se passavam os anos que mudavam o mundo.
       Obviamente, tais ideais desagradavam fortemente os setores mais conservadores e ricos da sociedade, que quase como instinto, recorreram imediatamente ao seu maior aliado: O "todo poderoso" Coronel.

Continua.

Por Carlos Fernando Rodrigues

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